quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Rompendo os cordões


Nasci assim amarrada nas afetividades maternas
Meu olhos sempre refletiram a inocência a paciência a delicadeza
Delicadamente fui abrindo os olhos e as janelas
Sempre fui diferente ao meu tempo
Parece que não me cabe o mundo assim e
Mergulhei na imensidão da vida
me entorpeci por noites e me descubro dos cobertores desenhados por outras mãos e que não me acalentam mais
 contornos bem marcados
Quero ser fumaça que se propaga
Minhas lágrimas fazem enchentes onde os móveis risos escolhas bóiam
A violência me assusta
Mas agora me alimento dos gritos e minha retina dilata
Sou apaixonada de natureza pelas flores, sons, pessoas
Me ponho para amar diariamente
Meu amor é a decantação da violência vomitada no meu rosto
Meu sorriso as vezes se torna melancólico eu choro me agonio
Encontro os vazios
Mas continuo resistindo encontrando poesia nas palavras, na dança da outra
Atravesso com olhar e tiro a outra da estabilidade passional acostumada
Meu amor é minha armadura
Porque nasci assim com a sina de amar

2 comentários:

  1. Também sinto... Que nasci com a sina de amar... E isso torna as coisas mais pesadas, as vezes... Mais doloridas do que precisavam ser... As palavras são escapes... Necessários...

    Gostei muito.... Leve e intenso... mto bom...

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    Respostas
    1. As palavras jangada no rio, calmaria e fúria
      palavras que te escapam do caos, ou que são trampolins para os abismos

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